ONG fotografa animais feridos no Rodeio Internacional do Mercosul 2023
Na edição de 2023 do Rodeio Internacional do Mercosul, membros de uma ONG capturaram imagens de animais feridos, gerando controvérsias sobre o tratamento dos mesmos durante o evento. A organização responsável pelo rodeio esclareceu que os cavalos sofreram lesões durante o transporte, mas receberam cuidados veterinários e foram devolvidos às suas propriedades de origem.
Recentemente, uma ONG de defesa animal contestou judicialmente a realização de provas com animais no Rodeio Internacional do Mercosul, um evento anual sediado em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A controvérsia ocorre após a conclusão da edição mais recente do rodeio, que aconteceu no domingo passado (7).
A ONG apresentou evidências de bovinos machucados e solicitou a suspensão das competições campeiras organizadas pelo Centro de Tradições Gaúchas Aldeia dos Anjos.
As fotografias que fundamentam a ação foram tiradas em março do ano anterior por um fotógrafo da ONG nas proximidades das instalações onde ocorreu o Rodeio Internacional do Mercosul naquele ano. A presença do fotógrafo, a serviço da ONG, causou algum desconforto entre os organizadores, mas nada além disso.
A edição de 2024 do rodeio ocorreu sem que a ação judicial fosse julgada. O processo continua em andamento, e segundo o Ministério Público, ainda não houve um parecer da promotoria.
Os ferimentos observados nos animais ocorreram durante o transporte e foram relatados em um documento enviado à Inspetoria Veterinária em 23 de março de 2023 pelo veterinário encarregado do evento. De acordo com o relatório, os animais feridos receberam tratamento médico e foram devolvidos às suas propriedades de origem. O relatório também indicou que os lotes subsequentes de animais seriam transportados em menor quantidade para evitar novas lesões.
O veterinário Henrique Noronha, ex-diretor de Bem-Estar Animal do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) em 2020, analisou todo o processo e apontou exageros nas acusações feitas pela ONG. Ele destacou que algumas acusações eram infundadas, como a alegação de que um peão teria utilizado um instrumento para agredir os animais. Noronha afirmou que, após revisar o vídeo em questão, não encontrou evidências de maus-tratos.
Noronha também observou que os laudos apresentados pela ONG foram elaborados por veterinários que não têm experiência em lidar com cavalos no dia a dia, concentrando-se principalmente em animais de pequeno porte.
Em resposta às observações do veterinário, a advogada da ONG Princípio Animal, Cícera de Fátima Silva, reiterou o compromisso da organização com a defesa dos direitos dos animais não humanos e afirmou que argumentos baseados em tradição não são suficientes para justificar práticas que causem sofrimento físico e psicológico aos animais.
É indiscutível que o bem-estar animal deve ser uma prioridade em eventos como rodeios, como demonstrado em casos como o de Vacaria, onde medidas foram adotadas após a intervenção de uma ONG local. No entanto, é importante que a justiça examine essas questões com cautela, levando em consideração não apenas o bem-estar dos animais, mas também os impactos econômicos e sociais das decisões tomadas.